Na Pandemia, Mais da Metade dos Brasileiros Experimentaram Práticas Integrativas

Introdução | Benefícios das Práticas Integrativas | Principais Práticas Utilizadas | Fitoterapia e Suplementos Alimentares | Meditação | Apiterapia | Considerações Finais

Introdução

Durante a pandemia do coronavírus, muitos brasileiros buscaram novas formas de cuidar da saúde física e mental. As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) emergiram como alternativas populares, proporcionando alívio e bem-estar. Este artigo explora a adoção dessas práticas durante esse período desafiador, destacando suas vantagens e a aceitação crescente entre a população.

Benefícios das Práticas Integrativas

As práticas integrativas e complementares abrangem uma variedade de terapias que ajudam a melhorar a saúde e o bem-estar geral. Durante a pandemia, 61,7% dos brasileiros incorporaram essas práticas em sua rotina de autocuidado, conforme pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Terapias como fitoterapia, meditação e aromaterapia ganharam destaque devido aos seus benefícios comprovados cientificamente.

Essas práticas auxiliam na redução do estresse, na melhoria da saúde mental e no alívio de sintomas físicos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Estudos indicam que a meditação, por exemplo, pode diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, enquanto a fitoterapia pode oferecer soluções naturais para diversas condições de saúde.

Principais Práticas Utilizadas

De acordo com a pesquisa, as seguintes práticas foram as mais utilizadas em 2020:

  • Meditação (28%)
  • Plantas medicinais e fitoterapia (28%)
  • Reiki (21,6%)
  • Aromaterapia (16,4%)
  • Homeopatia (14,5%)
  • Terapia de florais (14%)
  • Yoga (13%)
  • Apiterapia (11%)
  • Imposição de mãos (10%)
  • Medicina tradicional chinesa/acupuntura (7,8%)

Além dessas, o estudo também mencionou outras práticas como musicoterapia, quiropraxia, naturopatia, ayurveda, entre outras, muitas das quais são reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

Fitoterapia e Suplementos Alimentares

A fitoterapia, que inclui o uso de chás e suplementos alimentares, destacou-se especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Essas áreas possuem uma forte herança de conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas medicinais. A utilização de fitoterápicos e plantas medicinais é uma prática antiga, apoiada por evidências científicas que comprovam sua eficácia.

Estudos mostram que plantas como a camomila, o gengibre e o guaraná têm propriedades terapêuticas que podem ajudar no tratamento de diversas condições, desde problemas digestivos até a melhora da imunidade. O uso de suplementos alimentares também ganhou destaque, com muitas pessoas buscando fortalecer o sistema imunológico durante a pandemia.

Em um estudo publicado no Journal of Ethnopharmacology, pesquisadores encontraram evidências de que muitos compostos presentes em plantas medicinais podem ter efeitos antivirais, anti-inflamatórios e antioxidantes, tornando-se aliados importantes no combate a infecções e na promoção da saúde geral.

Meditação

A meditação foi amplamente adotada, particularmente nas regiões Nordeste e Sudeste. Diversos estudos, incluindo um publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine, mostram que a meditação pode proporcionar benefícios significativos para a saúde mental, como a redução do estresse e da ansiedade.

A prática regular de meditação tem sido associada a uma série de benefícios, incluindo melhora na concentração, aumento da resiliência emocional e melhor gerenciamento do estresse. Durante a pandemia, esses benefícios foram particularmente valiosos, ajudando muitas pessoas a lidarem com o isolamento social e o medo relacionado ao vírus.

Um estudo publicado no Frontiers in Psychology destaca que a meditação pode ajudar a reduzir a sensação de solidão e melhorar o bem-estar psicológico geral, fatores essenciais durante períodos de quarentena prolongada.

Apiterapia

A apiterapia, que utiliza produtos derivados das abelhas, como mel, própolis, pólen e geleia real, também foi bastante popular. Esta prática é conhecida por suas propriedades terapêuticas, ajudando a tratar e prevenir diversas condições de saúde.

O mel, por exemplo, é amplamente utilizado como um remédio natural para tosse e dor de garganta. Estudos científicos, como o publicado no Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, mostram que o mel tem propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, tornando-o eficaz no alívio de sintomas respiratórios.

Além disso, o própolis, outro produto das abelhas, possui propriedades imunomoduladoras e pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico. Um estudo no International Immunopharmacology encontrou que o própolis pode ser eficaz na modulação da resposta imune, tornando-o útil na prevenção e tratamento de infecções.

Considerações Finais

A pandemia do coronavírus incentivou muitos brasileiros a explorarem práticas integrativas e complementares como forma de cuidar da saúde física e mental. Com uma variedade de opções disponíveis, essas práticas proporcionaram alívio e bem-estar durante um período de grande incerteza. A aceitação crescente dessas terapias reflete uma busca por alternativas que complementem os cuidados convencionais, promovendo uma abordagem mais holística da saúde.

É importante destacar que, embora essas práticas ofereçam muitos benefícios, é sempre recomendável consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer novo tratamento, especialmente se estiver lidando com condições de saúde específicas. A combinação de práticas integrativas com cuidados médicos convencionais pode proporcionar um plano de saúde mais completo e eficaz.

Referências

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